A Virose Mosaico no Milho e no Sorgo

23/12/13 

No Brasil, o mosaico-comum é uma virose importante nas culturas do milho e do sorgo, e causa perdas na produção das plantas afetadas. O aumento da área plantada com milho nos últimos anos, associado ao cultivo na safrinha (plantio de janeiro a março), tem ampliado a permanência da cultura do milho em campo, contribuindo para o aumento na incidência dessa virose.

Outro fator importante que contribui para o aumento da incidência do mosaico-comum no milho e no sorgo é que o vírus Sugarcane mosaic virus (SCMV), agente causal da doença, infecta também outras gramíneas cultivadas e plantas daninhas. O SCMV pertence a um grupo de vírus denominado "potyvirus", especificamente ao gênero Potyvirus.

Seis espécies de potyvirus têm sido identificadas no mundo, causando sintomas de mosaico em várias espécies de gramíneas, incluindo: Sugarcane mosaic virus (SCMV), Sorghum mosaic virus (SrMV), Maize dwarf mosaic virus (MDMV), Johnsongrass mosaic virus (JGMV), Zea mosaic virus (ZeMV) e Pennisetum mosaic virus (PenMV). No Brasil, nossos estudos têm indicado que, tanto em milho como em sorgo, o agente causal do mosaico-comum é uma variante da espécie Sugarcane mosaic virus (SCMV), provavelmente uma nova estirpe desse vírus.

Os sintomas do mosaico podem ser facilmente identificados em plantas de milho jovens e tendem a desaparecer quando as plantas atingem a maturidade. Nas folhas, formam-se áreas cloróticas entremeadas com áreas verdes, em padrão de mosaico. Em sorgo, o SCMV pode provocar o aparecimento de dois sintomas, o mosaico típico e o sintoma necrótico, dependendo da cultivar. Os potyvirus são transmitidos de maneira não persistente por vários afídeos e o vetor mais eficiente na cultura do milho é o Rhopalosiphum maidis.

Os pulgões são polífagos e, geralmente, realizam picadas de prova em diferentes espécies vegetais. Ao se alimentarem de uma planta infectada, adquirem o vírus e, durante várias horas ou dias, podem transmiti-lo para plantas sadias, de forma não persistente, ou semipersistente. O monitoramento dessa virose por meio do controle dos pulgões com uso de inseticidas não é efetivo, sendo o método mais eficiente a utilização de cultivares resistentes.

Artigo- Autoras:Isabel Regina Prazeres de Souza, Engenheira Agrônoma, PhD. em Plant Science, Pesquisadora da Embrapa Milho e SorgoElizabeth de Oliveira Sabato, Bióloga, Ph.D. em Fitopatologia, Pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo

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